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DEBAIXO DO CIPRESTE

Há lances de colostro No fogo que alastras Sem fim Dos lábios Faz renascimentos Ao sul de teus beijos Dilatados verbos De veias infladas Se exibem Ao escrever-te E do orvalho Entre tuas linhas Verbal dilúvio Dá poesias roxas

DA PELE DOS PÁSSAROS

A casa está atroz. Há um tom sombrio. O que é a alma triste senão a flor deste tom? A morte é demasiado rude. Um de seus apelidos: .... O papel está sem calma. Há um mar. Meu olhar rompe a tempestade das garatujas próximas. E não escreve nada.

ÍNTIMO DESTE CÉU

O que é real, o que tem formato íntimo deste céu, onde se esbatem origem e expectativa de fim, onde o único sentido é estar sem a roupa de razão, onde há dragões com fogo em relâmpago no pressentimento do próximo Só posso pensar no real enquanto transcenda o fato de estar nuvem a caminhar para amor chuvoso

ÁRVORES EM COÁGULO

O que ficou entretecendo, Entre farfalhar de sementes, E esgalhar no leite do ego, Fez lagos coados em co(EGO)lo.

SURDA VELHA

A velha surda e calminha como aquelas mulheres não da vida sim da morte pois a vida lhes queimou com iniciais puritanas pediu ajuda para passar por sobre o espelho que só ela via e que no chão lhe repetia A velha surda e calminha como se depois de tomar sopinha ao passar o espelho pediu ajuda para enxergar os olhos de abismo que só ela via lhe zombando as orelhinhas finas tão finas como um cocozinho de formiga se acaso A velha surda pediu ajuda e ninguém deu pois os alguéns que ela via temiam o olhar do abismo e só haveriam de nascer em outro no meio das tintas do caminho como uma pedra escrita por Spinoza Muitos perguntarão se se deve ajudar velhas surdas a irem ao bom teatro e a resposta já não pode ser dada quando se nota o seu sentar no ultimo banco do teatro desagradecendo a Algum Deus Fabricante de Aparelhos para Surdez Caros o estar ali para assim ouvir com precisão o que o ator/atriz dirá em notas máximas Para ouvir com precisão... Então, quando ela abrir as orelhas sem aban...