Pular para o conteúdo principal

QUANDO CHEGARAM OS DEUSES QUE NÃO SE ENTREGAM

Quando chegaram ao campo da alma
eu já estava de mente aberta
e o corpo embrulhava os olhos
e o senso alinhavava a hybris
e males tavam lá fora
e frios ao que se passava
os cães ladravam ao sol
e as fendas todas fecharam

Quando chegaram ao campo da alma
já estava o poema armado
e o não-visto usava os olhos
e o senso alinhavava a cova
e males voavam lá fora
os cães ladravam ao sol
e as fendas todas abriram
sobre o poema apontado

Quando chegaram ao campo
eu - xadrez abandonado
por dois princípios opostos
andava meio de lado
e enxergava deuses tortos
em sapos verdes montados
de verdade a estibordo
de onde fui defenestrado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro

O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

MINHA NARRATIVA FINDARÁ

A narrativa é igual vida. A ausência de narrativa é morte. (Tzvetan Todorov) Minha narrativa findará. Não Foi tão boa. Não foi tão ruim. Será? Enfim, Como disse um (eu)migo: Tá ruim pra todos os pés. Meu pé dói pra alho caro. E sorrio Dolorido de pensar No ponto do borrão com que posso Pular no lombo-narrativa e criar O início. Não devo Parar a narrativa. Os órgãos clamam: - À morte !!!! À vida !!! O ser se finge de surdo E escreve-se entre as exclamadas.