Aguardo que venha a luz
que tudo ressignifique
e um troll dançante
faça do fim do mundo
um desfile
com milhões de carros alegóricos
aguardo que o peito fique manso
e que fique bravo na mansuetude
como um cavalo vivendo
contra o vento
quero ver os quatro cavaleiros
com programas na televisão
já que os comerciais
tripudiam sobre a fome
e ri da nossa peste contagiosa
de consumo
que se alegra com a manipulação
dos fatos e gestos e mortes
aguardo que Sísifo seja apenas um mito
na porta da rocha
e não uma visão que assusta a cada pesadelo
aguardo que as portas se abram
que as janelas sejam escancaradas
que eu me estilhace nas faces da música
do começo do universo
e que o mundo seja uma pauta musical
sendo iluminado por cada nota
aguardo que me sorteiem
e digam ganhaste o grande azar
aguardo que o correio
me traga uma excelente notícia
cheia de notícias em negativo
com desespero de não ser mais triste
aguardo as fúrias transformadas
em abobadas abóbadas
caiadas em mansuetude
aguardo que todas as mulheres
façam os homens felizes
e que todos os homens
façam as mulheres felizes
crianças adultos e velhos e mortos
aguardo a oportunidade
de tocar um pandeiro
e ter o êxtase de uma bateria
refulgindo em delírio
aguardo dionísio
para um último trago de contentamento
aguardo que meu país seja utópico
que tenha pontes para o além-da-fome
bem maiores que as constelações
que tenha pontes para o além-do-amor
para o além-da-dor
aguardo que o riso se dê sem esforço
numa inocência imortal de louça
um mosteiro onde possa por
roupas e pensamentos que desusei
que tudo ressignifique
e um troll dançante
faça do fim do mundo
um desfile
com milhões de carros alegóricos
aguardo que o peito fique manso
e que fique bravo na mansuetude
como um cavalo vivendo
contra o vento
quero ver os quatro cavaleiros
com programas na televisão
já que os comerciais
tripudiam sobre a fome
e ri da nossa peste contagiosa
de consumo
que se alegra com a manipulação
dos fatos e gestos e mortes
aguardo que Sísifo seja apenas um mito
na porta da rocha
e não uma visão que assusta a cada pesadelo
aguardo que as portas se abram
que as janelas sejam escancaradas
que eu me estilhace nas faces da música
do começo do universo
e que o mundo seja uma pauta musical
sendo iluminado por cada nota
aguardo que me sorteiem
e digam ganhaste o grande azar
aguardo que o correio
me traga uma excelente notícia
cheia de notícias em negativo
com desespero de não ser mais triste
aguardo as fúrias transformadas
em abobadas abóbadas
caiadas em mansuetude
aguardo que todas as mulheres
façam os homens felizes
e que todos os homens
façam as mulheres felizes
crianças adultos e velhos e mortos
aguardo a oportunidade
de tocar um pandeiro
e ter o êxtase de uma bateria
refulgindo em delírio
aguardo dionísio
para um último trago de contentamento
aguardo que meu país seja utópico
que tenha pontes para o além-da-fome
bem maiores que as constelações
que tenha pontes para o além-do-amor
para o além-da-dor
aguardo que o riso se dê sem esforço
numa inocência imortal de louça
um mosteiro onde possa por
roupas e pensamentos que desusei
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