Há muito, carregamos o peso
das verdades de fraque e livro-caixa.
Jornais e revistas mostram suas jóias e risos sob cuecas.
Há muito, o discurso está babando nos corredores.
O Papa pede perdão.
Eu peço perdão.
O Bispo pede perdão.
O Pastor,
O Monge,
Tudo com O.
Houve época em que usávamos a razão.
Só não sei quando.
É o que me contam os pais dos pais dos meus pais.
Calaram as mães das mães das minhas mães.
Aqueles, julgando e arrotando, lhes puseram mordaça.
Há muito, o lixo dos patriarcas resplandece.
E um deus caído dá tapinhas nas bundas passantes.
É a tradição.
A tradição de seguir.
De escutar o pum de um pai lá atrás.
E fingir de surdo.
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