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A MEMÓRIA

A memória brinca e pinta nossos álbuns
Somos sobre/sob a roda do ontem em pétalas
Há incêndios empalados no passado sem gozo permanente
A alma de sete anos envesga por trás dos óculos verdes
Para engolir a linguagem com pressa de chegar à idade adulta e então defenestrar

Aquilo que é se mover em sua morada
Difícil em cima da árvore que não havia
Como criar palavras-pitangas
Para descrever novas coisas
E criar bancos-corais para as primas do amigo
Aprender depois a suma receita de:
Engolir os mares com nossa arrogância
A janela do desejo em seus trovões

De tentar escrever o sol cubista
Mas não
Olhar pela janela os sacis perfilados


O cavalo fala dos filósofos loucos
e faz seis asas de seis patas

Tudo é memória

Comentários

ANGELICA LINS disse…
Belíssimo!
Estou sempre por aqui...
Abraço

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É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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