Vens, talvez num trem,
talvez no ar, no mar,
e o aguardo é eterno,
mesmo porque
não é no real que te espero.
Aguardo-te no incriado,
no antes do real,
antes da criação do abismo das águas,
antes da nomeação de todas as coisas,
antes da língua da existência
se estender ao Todo.
Vens, talvez, a te arrastares no tapete,
ou a me mostrares a última canção das feras,
ou quem sabe, ainda, pendurada no lustre,
a declamar odes ao enredar do corpo
e a citar as cores mais ardentes da aurora...
talvez no ar, no mar,
e o aguardo é eterno,
mesmo porque
não é no real que te espero.
Aguardo-te no incriado,
no antes do real,
antes da criação do abismo das águas,
antes da nomeação de todas as coisas,
antes da língua da existência
se estender ao Todo.
Vens, talvez, a te arrastares no tapete,
ou a me mostrares a última canção das feras,
ou quem sabe, ainda, pendurada no lustre,
a declamar odes ao enredar do corpo
e a citar as cores mais ardentes da aurora...
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