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PURA PAIXÃO DO CAMBUCI

É parente da goiaba,

Pitanga, jabuticaba,

Verde ou verde-amarelada,

Carnosa, arredondada,

Mole, doce e perfumada,

Deixa a língua acidulada,

Da família das mirtáceas,

Lembra disco-voador

Na noite que a lua enlaça.




Em Biritiba-Mirim,

Mogi das Cruzes, aqui

Em Cubatão, logo ali

Em Paranapiacaba,

Também em Paraibuna,

Salesópolis, no Parque

Que é palco de neblinas,

Na nossa Atlântica Mata,

Goza de fama e é fruto

De importância regional.




Riqueza da culinária,

Baga chata e alisada,

Com folhas de bordas lisas,

Tendo rica floração

Chegando agosto e novembro,

E em janeiro e fevereiro

Dá-se boa ocasião

Para colheita supimpa

Dessa iguaria selvagem

Nomeada por cambuci.




Como é gostosa a cachaça

Curtida, o iogurte,

Os quitutes, Yakissoba,

Suco, torta e vitamina,

Bolo, bombom e farofa,

Estrogonofe, sushi,

Carnes, coquetéis e mousse,

Sorvetes, geléias, massas,

Molho para capeletti,

Tudo a cambuci regado.




É vário o uso do fruto

Que dá o cambucizeiro,

Que entre as muitas virtudes

Para o bem dos brasileiros

Manda pra longe a velhice

Reacendendo o braseiro,

Dando alento ao que está morto,

Dando alma e corpo novo

Ao povo, revigorando

Seus amoráveis valores.

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É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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Estar longe de ti somente um dia É muito, mas começo para ter-me. Estar perto de mim a eternidade Desequilibra a alma, se esquecer-me. Estar? dificuldade que me afia. Ser já é em dúvidas quedar-me. Vigio na intenção de não perder-me. É te largar um modo de encontrar-me? Voltar? Não posso. Está passando o tempo. Só não sei onde, sei que é mais destarte. Se o tempo pára, sei que paro em ti, Amando ausente, mesmo a festejar-te. Sim, bem-amada, deixa o ser chorar-te. Cruze por terras muito, embora tarde. Estar perto de mim a eternidade, Sem ti, é como estar longe da Arte.