Pular para o conteúdo principal

ALUGAR UM NÃO-ESTAR

Sei que há para lá um aqui mas alugar é caro.
Um aqui para lá com casinhas de chuva.
Há uma ilha em que todos estamos.

Uma ilha de não dar pra morar.
O preço dos aluguéis um absurdo.
Há um não-estarmos quando alugamos.
Mas o que há para lá? O outro, onde está?
Meu conteúdo aqui é alugar o poema.
Enquanto escrevo para o outro sem pedagogia.
Soube de uma morte aqui do lado.
O outro morreu mordido por um locador.
Mentira mas verdade isso.
Preciso de uma casa com aluguel baixo.
Um poema já consegui sob as axilas.
Há signos escorrendo por minhas costelas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro

O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

MINHA NARRATIVA FINDARÁ

A narrativa é igual vida. A ausência de narrativa é morte. (Tzvetan Todorov) Minha narrativa findará. Não Foi tão boa. Não foi tão ruim. Será? Enfim, Como disse um (eu)migo: Tá ruim pra todos os pés. Meu pé dói pra alho caro. E sorrio Dolorido de pensar No ponto do borrão com que posso Pular no lombo-narrativa e criar O início. Não devo Parar a narrativa. Os órgãos clamam: - À morte !!!! À vida !!! O ser se finge de surdo E escreve-se entre as exclamadas.