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PASSISTA NA LAVADORA

O corpo, sem seu contexto:

A alma a sambar sem fala.

A lagartixa a garrafa.

A passista no limite sorri.

O cabelo dela em marrafa.

No barraco,

Tempera a lavadora com azuis.


Os olhos, diante dos

Fatos/fotos mutantes.

Hoje, quarta, amanhã, quinta,

Depois do amanhã, só 

Barquinhos de papel

Nadando em sua sarjeta.

Mas a memória na passista 

Como roupa íntima 

Grudou em seu destino 

O carnaval eterno.

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