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MANHÃ

Manhã de crianças 

montadas nas árvores,

Roubando ovos 

dos ninhos e caindo

Sem choro nos lábios, 

imitando folhas

Que descem, 

espiralando ao vento,

Enquanto o chão 

gargalha amolecado....


Manhã de esperanças 

alongadas nas aves,

Apesar do rastro 

do supersônico às janelas

Cortando os lábios 

de um deus esquecido,

Que estapeia o avião 

como a uma mosca...

Mas não acerta 

e mata uma aurora.



Manhã de amores 

se resolvendo,

De mulheres 

aceitando convites,

De passeios nas ondas do céu,

Onde um mar se desnudou há muito

De querer ser mais

do que é...

Mas depois

que chance sobra

se viver pode ser

e se não pode

cobra

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É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro