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MANHÃ

Manhã de crianças 

montadas nas árvores,

Roubando ovos 

dos ninhos e caindo

Sem choro nos lábios, 

imitando folhas

Que descem, 

espiralando ao vento,

Enquanto o chão 

gargalha amolecado....


Manhã de esperanças 

alongadas nas aves,

Apesar do rastro 

do supersônico às janelas

Cortando os lábios 

de um deus esquecido,

Que estapeia o avião 

como a uma mosca...

Mas não acerta 

e mata uma aurora.



Manhã de amores 

se resolvendo,

De mulheres 

aceitando convites,

De passeios nas ondas do céu,

Onde um mar se desnudou há muito

De querer ser mais

do que é...

Mas depois

que chance sobra

se viver pode ser

e se não pode

cobra

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