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QUESTÃO DE MEMÓRIA

Acontece no ônibus, vez em quando.

Abro, então, a memória para que entre

Um avô espanhol, de Lojas,

Da região da Andaluzia


Me compra sequilhos,

Ao centro da cidade de Registro,

Onde também um peixeiro passa,

Junto duma mulher com chá quente nos bolsos.

Marília me aguarda à porta do banheiro.

Dirceu fugiu com uma cabra

E o estranho é que estou

Ao lado de um colega falecido.

E assim vou por aí, catando visões.

Abro mais e estou saltando muros.

Valho uns seis milhões de dólares,

Por meu braço biônico.

Mais gordo e com treze anos.

E estaco para o espírito em fogo.

E mulheres nuas invadem minha puberdade.

Com seios em riste de auréolas molhadas.

Há um cheiro de eternidade nisso tudo.

Embora os pés do tempo disfarcem

As varizes nas rodas do ônibus inflam.

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