Pular para o conteúdo principal

MEU MITO DE ATAR-TE (ESTILO OU....FIM)

Para melhor matar-me (me-atar-te)
Travei batalhas com vocábulos escuros.
Não te rias, minha ovelha-negra.
Eles eram fortes, duros como pedras.

Vocábulos escuros são fortes de mentira,
Mas as mentiras arredondam.

Quando se mostraram, eu - créu.
Olha a ponta de meu verbo raso

em teu umbigo fundo.
Tu não lembras, ninfa? 
Me traíste em todas as idades. 
E dei-te mágoas, espantos,
enquanto melava-me 
os abstratos olhos míopes
com os teus filamentos de traíra.
Não crês? Eu também não.
Mas está aqui. Escrito agora. 
Como se tivesse acontecido.
Escrito na minha pele, 
herança da pele de meus pais 
e avós e outros antes deles, 
alguns com busto de bronze
ou pele de lobisomem.
....E na época das ondas amarelas? 
Era teu escravo, falso eunuco,
e para deleitar Netuno, 
que feriras em teu muco, 
me renegaste as idéias.
Lembras agora? Esforça-te.
Comeste todas as idéias 
das bibliotecas rubras 
do meu oceano de dentro
Não - Pacífico.
Trago de lá a este tempo 
as atlânticas lágrimas 
e o vulcão de auroras 
que me deixaste fora
nas bordas do amor.
Entendo-te o sonho, o medo. 
Não, verdadeiramente 
entendo teus pesadelos.
Por isso, aposto, demente,
No lado interno da pista.
Por isso, só por isso,
te dou 100.000 palavras 
de vantagem. Não crês?
Escreve, mas em boa escrita, 
pois trago no eu olímpico 
milhões de poéticas malditas
que nunca chegam a um estilo.
Ou fim.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro

O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

MINHA NARRATIVA FINDARÁ

A narrativa é igual vida. A ausência de narrativa é morte. (Tzvetan Todorov) Minha narrativa findará. Não Foi tão boa. Não foi tão ruim. Será? Enfim, Como disse um (eu)migo: Tá ruim pra todos os pés. Meu pé dói pra alho caro. E sorrio Dolorido de pensar No ponto do borrão com que posso Pular no lombo-narrativa e criar O início. Não devo Parar a narrativa. Os órgãos clamam: - À morte !!!! À vida !!! O ser se finge de surdo E escreve-se entre as exclamadas.