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TEMPESTADE

No fígado do poema, gelo e água forte,
ascendentes correntes, calor latente, cristais,
termodinâmicas instabilidades, rajadas de brisas marítimas,
neves, nevascas, avalanches pelo topo,
parcelas de mágoas, angústias, dores convergentes, divergentes, anseio seco, desejo molhado, trovões, ventos nervosos,
doçura irritada, conflitos, fugas, vorazes sedes e gulas,
vindas das artérias e veias, de outras línguas, linguagens,
máscaras de granizo e sangue.
Onde a significante condensação?
Não importa. A palavra dá-se ar de tempestade


Comentários

Dilmar Gomes disse…
Natan, aqui o lirismo cedeu lugar à poesia mais visceral, mais com a marca de Natan.
Um abraço.

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