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POLIR O CAIXÃO

Este é o fim, caro sonho.

O fim.

Caminham as lágrimas doentes.

Pelo vale da carne.

O elo nos confunde.

Mas se você for devagar,

Quem notará o som

Do corpo em meio às asas?

Eles sabem de tudo.

Eles sabem de tudo.

Se você for pela estrada,

Devagarinho,

Ninguém notará.

Mostra um sorriso

Para que pensem no crânio ridente

que guardas embaixo do rosto.

Todos sabem.

Todos sabem.

Terapia, dizem os sábios

Entupidos de Lexotan

E de deuses de cabeça branca.

De um lado de sua narina,

Um fluxo.

Esconda este fluxo de desamor

No coração rachando.

Vá no banheiro.

Mais uma carreira.

Vomitas a mágoa do começo.

Te telefonam.

Atenda e diga:

Estou aqui com meus amigos.

Já estou indo. Estou descendo.

Mas tenha o cuidado de polir o caixão do desamor.

A morte não quer responsabilidade.


Era pra ser leve e polido.

Como fosse um cinto para a formação.

Meu amigo, o tempo está de musgo.


É o fim.

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