Pular para o conteúdo principal

POLIR O CAIXÃO

Este é o fim, caro sonho.

O fim.

Caminham as lágrimas doentes.

Pelo vale da carne.

O elo nos confunde.

Mas se você for devagar,

Quem notará o som

Do corpo em meio às asas?

Eles sabem de tudo.

Eles sabem de tudo.

Se você for pela estrada,

Devagarinho,

Ninguém notará.

Mostra um sorriso

Para que pensem no crânio ridente

que guardas embaixo do rosto.

Todos sabem.

Todos sabem.

Terapia, dizem os sábios

Entupidos de Lexotan

E de deuses de cabeça branca.

De um lado de sua narina,

Um fluxo.

Esconda este fluxo de desamor

No coração rachando.

Vá no banheiro.

Mais uma carreira.

Vomitas a mágoa do começo.

Te telefonam.

Atenda e diga:

Estou aqui com meus amigos.

Já estou indo. Estou descendo.

Mas tenha o cuidado de polir o caixão do desamor.

A morte não quer responsabilidade.


Era pra ser leve e polido.

Como fosse um cinto para a formação.

Meu amigo, o tempo está de musgo.


É o fim.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro

O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

HÁ GENTE QUE SOFRE POR

HÁ GENTE QUE SOFRE POR Há gente que sofre por falta de amor a si mesmo. Há gente que sofre excesso de dor de barriga por comer torresmo. Há gente que sofre de fome e de sede por brigar a esmo. Há gente que sofre por morrer o carro em estradas enfermas e por ter prestações todas na mesma. Há lesma que sofre por escorregar quando não queria sair do lugar. Há gente que sofre por ser magro e alto como a sexta parte dos gigantes, gente que eu não conheço mesmo. Há gente que sofre por ser gordo e baixo como um terço dos mergulhados em desfechos. Há gente que por ser persona jovem comete termos de etarismos e ismos meios inteiros. Há gente que sofre por não aumentar a folha fecundando o cepo. Há gente que sofre por morar no gelo dos polos. Há gente que sofre por rachar os pés com os pelos do chão afiado feio. Há gente que sofre por achar que veio a data do apocalipse no eclipse de si. Há gente que sofre por saber que é tarde cedo demais. Há gente que sofre por saber-se morto ainda medo. Tem ...