Pular para o conteúdo principal

A CURVATURA DO TEMPO FUTURO


Deixarei para o trigésimo segundo 
do mês o escrever tudo.
Deixarei para depois a mudança.
Na terça, me reservarei o direito de pular.
E ir para a quarta direto 
abrindo bem veias impossíveis.
Hoje, é qualquer dia pé de cotia.
E por ora fazer cem flexões 
nas frases pra viagem de ninguém.
Meu nome nesta hora: NINGUÉM.
Aqui posso suar e feder 
perto do banho e da toalha.
Aqui posso pensar no poder 
que o poder poderia.
Posso pensar em marte.
Nos vislumbres de encarnações inseguras.
Na Grécia, Roma, Babilônia, 
Samaria, Judéia, costa de etc.
Fingidas encarnações 
onde vi mortes por decapitação.
Tudo isso me faz bizarro,
por não ter ânimo nem para o escarro.
Onde bebo mares de amor e ódio?
Hoje, estou aqui, fixo, reto,
Com remorsos pelo incerto.
E não posso sair sem magoar.
Se ando, magôo.
Se paro, magôo.
Se falo, magôo.
Magôo, se não falo.
Se olho triste dizem que é raiva.
Se fecho a concha, dizem que repilo.
Não magôo quem admiro, senão com os olhos.
Olhos tremidos desde o nascimento.
No futuro setenta vezes sete, 
tenho a esperança do início.
Princípio de ir ultimo do ano
a falar quando todos perderam a fala,
mas sempre há a curvatura do tempo futuro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro