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AO SOM DE MOZART

Quando estiver torto
ou morto entre beirais,
levem-me à baldia
estação, selva de ais.

Quando estiver zonzo,
langue em luz assaz,
estarei pronto de alma
aos comensais da cruz.

Já fui pedra, já fui carne,
já fui sarro pra demônio,
já fui ator de garagem
(só não sei se isso foi sonho).

Quando estiver mais longe,
deixando mil coisas,
quero ir findo e incréu,
ao som de Tom e Mozart.

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