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CASTIGO MÍTICO

Me encolho no Olimpo, penso no cordel.
Naquele cordel que meu pai leu sem vontade.
Naquele cordel que leio com vontade agora.
Penso nas asas que ainda não fiz.
Na insegurança que haverá na cera dela.
Na insegurança que eu darei ao palco.

Na insegurança ao chegar perto do sol.
Sol que me acolherá como um berço antigo.
Um berço amarelo iluminado de penumbras...
Penso no bom de um amarelo suave.
Em todo o provado dos lábios das rochas que empurrei ladeira acima.

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Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

É TARDE E ESTOU DENTRO

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