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MAPA DE MARÉS

Ela tão túmida entrou em seu banheiro claro e amplo.

Os lábios do seu anjo estavam sujos do selvagem de todas as viagens.

Os lábios do anjo túmidos da salsugem das marés das horas findas.

Dionísio fizera das suas e percorrera seus espaços com o melhor vinho e águas proibidas.

Quem olhasse de perto entraria em êxtase absorvente por sua nuca de sol sob os cabelos.

Quem olhasse de perto assistiria em suas pupilas o desfilar das dores ocultas em pequenos unicórnios.

O corpo riscava no jorrar da água as retinas da realidade de ilhas de refazer corais.

A geografia do corpo desfilava relevos em gestos e silêncio de chuveiro jorrando.

Fumaça, "fog" londrino doméstico no box.

A inabilidade do corpo feminino se reinventa no mapa de suas marés.


Fecha o registro.

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