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CERTO, SOU INCONSTANTE

Certo, sou inconstante.

Mas veja bem: se me gostas

Isso é importante?

Haverá a certeza sobre ti em mim?


Neste mundo estranho a mesma pergunta se repete:

O que sou? Quando sou? Como sou? E o que faço

Quanto ao gume de alheios canivetes

Sobre os pobres de quebradiças almas?


Um dia terei uma casa feita

Em tijolos das poças da infância:

Quando deitar sob a terra, um teto

Fechado, sem reentrâncias.


Mas agora, o bom é sonhar

No Bistrô da Brasil, sentado,

A canção do Vinícius na mesa

Com cãezinhos engarrafados


Afogados em chopp,

Que não me ensinam nada.

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