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VENHAM POIS MOLHADA A ROLHA


Que venham brancos, rosés,
Tintos ou bem espumantes,
Quero a lua pra beber,
Venha nua, esfuziante!
Venham às minhas gustativas
Papilas extasiantes,
Que de tanto desejar-te
Musa, vai ficando arfante.

Tragam-me massas, carnes, versos anchos,
Ao canto leste desta mesa lauta,
Frutos do mar, peixinhos, vinho branco,
Algas fresquinhas, pois a fome assalta!
Não quero as vinhas sob o frio intenso,
Quero entre trinta e quarenta graus
As minhas vinhas ao sabor dos ventos,
Para apurar o aroma especial.

Que se abram vinhos sem tirar as rolhas,
Que deixem rolhas ficar dentro um pouco,
A que respirem bem e não se colha
Ruim sabor por lhes tirar a rolha!
Se tiver borra, se decante um tempo,
Para se ter bastante aeração...
Não falei porra, ó de ouvidos lentos,
E não entenda, acima, ereção,

Pois todos sabem que esses bons efeitos
Pedem o leito em mádido tesão.
Tragam as taças, que a garganta estreita,
Não quero a rolha ressecada, não!

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