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EIS QUE FAÇO UM JARDIM

1 - A LUZ
Eis que, então, faço um jardim.
Revolvo a terra para que fique fácil
pra você.
Ali plantei minhas flores
para nossa luz surtar.
Ali, onde o espírito do dragão
que libertaste dos olhos
a afoguear os meus
voa
a calcinar a alma das coisas.

2 - AO CORTE
Deixo este canto
para que o corte.
(Por escolha.
por sorte.)
Diz Rita Lee em meu jardim:
-Pura prosa
A poesia da carne.
Dança Rita no youtube.
(Lembra um pouco
Dulcinéa.)
E eis que este poema
também fica quixotesco.
(Moinho para sempre
De sonhos feito.)

2 - AO LEITOR
Mudo de Rita pra
Springsteen.

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É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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