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A MENINA DE DREAD

O ventilador o olhar
o som invólucro
coral de poeira
cupins deixam asas
na madeira
na cadeira uma marca
no copo um compasso um celular
o óbito da noite o bote
do vereador que não dorme
e desespera por uma vaga
pra correligionária
no sofá
o suicida perto da ponte

olha pros lados antes de pular
por alguém que o empurre
na hora certa
a maçã que caiu no chão
e o amor de duas moscas
uma em cima da outra
meladas ainda do pudim
que a menina de dread fez

e de novo o olhar sobre o campo
onde agonizam milhares de cupins

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