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O CETICISMO DE LOUÇA

O ceticismo,
patrocinadores danados e bons
dão óbolo para a festa
pública, pagando
as roupas e o varal, o cansaço,
as louças para a pia da cozinha,
meu verbo é vírgula, e o texto
fica seco
quando lembro de um golpe sujo
contra um homem-barata,
o juiz não fez a contagem
e quase deu nocaute,
onde uma brecha de desumanidade
se mostra,
quem cobra?
quem cobra 
onde há ser humano nesse mundo
que dê uma alface 
para um prato que grite
ao rosto?
estou só 
porque o saco irremediavelmente está
cheio
sob o juízo do outro,
o outro que se acha
mouro,
ninguém se multiplica como acha,
dividimo-nos,
de mãos curvando as folhas,
ante o lucro das botinas do palácio

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