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PARA LÁ

Eu estou aqui.
Por trás destas lágrimas.
A água pesa e salga.
Com meus olhos salgados
Talvez se enxergassem mares ignotos.
No entanto, arde o vento tanto
Que a retina explode as hélices.
Por trás destes moinhos espero
Que passe a febre desatada.

Por trás dos telhados
Que como uma cortina de vidro
Balança ao sofrer do granizo,
Eu, espírito caminhante, teço uma elegia
Ao festival de versos que me elege.
Na cachoeira de ritmos 
pesadelos colocaram sonhos.
O que esperavam nos mil lados?

Livros se acumulam, molhados,
do outro lado das lágrimas.
Luzes da cidade se intensificam,
lágrimas sobre os faróis.
Uma mão envolve uma caneta 
embora para lá da criação.

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