Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2015

METEORITO DE MAÇÃS

São escravos? Escravos de coisas bonitinhas e de coisinhas radicais  que aparecem na Glogword. Que vão comprar na esquina coisas pra diverti/ lapidar o dia- mante marchetando frio e duro por dentro o peido dos órgãos Lapidar a dia- mente fervendo sons de mercado distorcidos por fantasias de rebolados onde a inconsciência almoça e janta Julgo: eles apodrecem com vermes na ilharga dos ouvidos retratados nos jornais como anjos procurando infernos pra se salvarem de sua inexistência E os olhos deles esbugalham na espera do fim com suas teses pop de aprender a voar em céus mentirosos de celofane azul enquanto assaltam na cidade onde o medo almoça e janta Dizer para os anjos que eles não existem pois os sons são mortais pode até desviar o meteorito de maçãs

COOPTADOS APENAS

Cooptados, Cooptados com tal desfaçatez Apenas para ganhar E fingir no espelho seus Tons venais a amarelar Mil vezes, Usam a traição Para triunfar, Lagartixas a se melar Na antiética parede Do T ranssub, Abusam das costas alheias, Suas palavras  Na cal fina cravadas, Artistas com ética vendada Comem manos com risos A mancheias, E o trem não passa...

O EGO

O ego o nó seu cego o marinheiro só na pista corre nega artistas diz que é o tal o prego e rega o eu com coca-cola de pneu nos comícios-vícios onde o preço é vil

LEITOR

Ele entrou no livro. E precisa comprar pão. Sua mulher pede. "Amor, vai na padaria." Ele sai do livro entre um substantivo e um verbo. E vai buscar dinheiro para depois comprar pão. Embora tenha tomado cuidado, Sua roupa está suja de acentos e conjunções. Vai comprar pão. Depois, voltará a ler. Todos sempre voltam. Sina de quem entra é não sair jamais. A não ser pra atender a voz do amor.

MENTIRA

Minha mente está agachada debaixo do coração só por um momento enquanto passam aviões de papel Minha mente está agachada debaixo do coração só por um momento enquanto passam aviões de papel no fígado Minha mente está agachada debaixo do coração só enquanto escrevo a palavra trativelindepraglutifitotinquelux e enquanto caem incendiados os aviões de papel nos rins Minha mente está escondida debaixo do músculo cardíaco enquanto preparo um romance festivo cheio de pequenas fábulas tristes enquanto leio aquela palavra e enquanto o fogo cai do céu de mim Isso não é um poema pra ler e se emocionar talvez pra acumular-se dos cúmulos que enchem os fatos e fazem crescer o bíceps da alma nos céus do poder ser como posso esvaziando sempre a bexiga após a escrita líquida

COMO?

Que o perdoem antes do próximo fim dos mil perdões por seus paradoxos, por seu jeito tonto e findo de intelanônimo Pela fragilidade dele amar com medo a facilidade de fugir antes de cantar a frase Por ele não encarar com garra e força a amizade nos momentos necessários em que adiá-la é insano Peço que perdoem-no, antes do fim disso, deste gesto insano e infeliz que não conseguiu agitar no ar, os braços pensos Esta máscara cairá antes do fim,  deveras Peço perdão por ele ter exposto sua mente  venérea Se rejeitou o cultivo das prosas, foi por desvio, entendam, é que do lado esquerdo foi rei do reino rendido de si Peço perdão pelo verso que não escreveu por sono... peço perdão pois definiu o poema-ônus....

VOZ AZUL

Resistindo, o passado, Memórias à chuva. Visões de praia e sol e eros Beijam meus olhos bífidos. Mesmo com o mar agredido Pela chuva aos relâmpagos, A memória vem e vai nos olhos das águas.

FUGIR PRA TUA PELE

Fugir pra tua pele. Abre-me tua derme. Abre-me. Em mim, há só o mito de mim. Sou selvagem como um carro envenenado. Lá adiante há uma casa. Na frente, há uma praça. E a graça de amar a culpa senta no banco. Querida, a morte pode vir Amanhã de manhã depois, com permanente? Quero fugir pra tua pele. Morar lá. Depois da f. Devo passar pela. Em mim, só há o mito de mim. Perto de nós, um sonho foi esmurrado. Não conseguimos salvar essa vítima. Já nascemos culpados, querida. Já nascemos culpados. Esmurramos. Querida, a morte não pode vir, Virá?

SILÊNCIOS NÃO SÃO MAIS TÃO INOCENTES

20 DE JULHO DE 2015 SILÊNCIOS NÃO SÃO MAIS TÃO.... O tigre perde o sonho e a esperança, meu ninho se esfarela neste claro, como uma barragem destruída no avanço, dando espaço para o golpe. A astúcia de ser bom padece um pouco, o tigre e o seu rajado dão o mote, canalhas urubus vem a galope cobrar pedaços bons de nossa carne. Na Europa, sombra densa e vento forte, na tempestade do euro fazem fúrias, aqui sobram juízos muito infames, e o tigre ruge mais e, velho, tosse. Levanto a direita mais à frente, protejo com a esquerda o que retorna, a fala me desanda e fere as normas, silêncios não são mais tão inocentes, e a alma do poeta perde a forma sob a violência das notícias que sangram nas manchetes que adornam a sempre insondável roda-viva

MEU REINO VOS OFERTO

..Estou imerso no poema E aqui faço-me rei de ouros De um reino enorme. Registro sentimentos como coisas E coisas como sentimentos, Com o poder de tocá-las Com mente e coração e dedos. Daqui, de um lugar bem alto, Salto sobre dores e amores Com asas mal coladas, Exercendo o vão direito do desleixo. Caio sobre terras Costuradas com sonhos de volúpia E ali sou assistido por deusas insones De ninhos marinhos que no poema gero. Dou a estas as cores que desejo que tenham. Engendro um exército de crianças No verso que quero, inicial ou final, Para que me defendam com sorrisinhos pontiagudos. Neste poema, meus mortos ceiam comigo Lado a lado com meus vivos que morrem de rir. Comemos Vida e bebemos vinhos de Esperança. Aqui sou bom perto das Mãos. E sou perdoado ritmicamente. Preciso das coisas e pessoas que aqui gero Pois sou frágil e dependente como um cão. Elas permanecerão aos olhos de quem queira ver. Preciso das pontes que aqui construo e derrubo Ao transporte de poeira lírica à alma fu

CARCAÇA SOBRANTE

O homem e o mar de estar com tempo escasso, gorduras, lassos ossos, ondas de morte sem espuma, pretensões de dominar o espadarte de cada dia, amarrar os ruins a canoas, arrastá-los no ossário pestilento da rampa exibida fora do mar tranquilo deste sofá, onde é nula a resistência; os tubarões são insones no planalto das cifras da FGV VGF FVG GVF GFV, cheirando pó nas festas, pó de desumanidade; amarrar então a alma à canoa, preferível as sereias, sejam sérias ou de entreter à beira de uma história que te arrasta fundo ao fantástico, focinho nas luzes cegas; a solidão deste alto-mar fictício, quem o conhece, ó velho, como tu? ............................................................ Ingênua a esperança que trazes nesta tua vaidade cômica, como este rubor ao que desconheces; não há mais não querem mais a Arte, na busca servil dos Amigos que ofertam o Produto Superior; temem-te as rugas do pescoço, canaletas de amargura, erosões sem chuva, cancros de desânimo, manchas de des

CADEIRA DO TRONO

O dia vem, a noite vai, uma rede de sensações, culpas, luzes, escuros, e quem tem a mão no som, nas imagens, desliza com/sem cuidado, o vômito do anjo da guarda espionado sobre várias cabeças amarelas, a noite cheira a própria inconsciência, seres marcham à busca do gozo, saudades dos seios sem desespero dos primeiros anos Muitos batem à porta e querem sair, mas perderam os gestos, embora a chave, as lâmpadas os atraem, as letras ofuscantes, o luar, bêbado de raios prateados, e...para que/quem serve mesmo a cadeira do trono?

NOSSOS ASSASSINOS (MEUS E SEUS)

Estão por aí Os meus e seus assassinos Juram fazer o Bem em nome do Livro Dizem que a Bondade não deve ser direta Os meus e seus assassinos Matam todos os dias Com palavras que deliberam O emprego a aposentadoria Dizem: todos hoje vivem demais Ganham demais O que querem Muito falam/matam os meus e seus assassinos Todos bons pais e bons amigos e bons filhos E distribuem sopas com moscas aos domingos Depois de irem ao templo Acordam como todo mundo Mijam escovam os dentes E não tremem Diante da maldade que vão fazer Diante dos mortos que deixarão pelo caminho Perto da minha casa Um deles quebra um celular de raiva Na cara de uma árvore dançarina O vento lhe empurra Uma carruagem de fogo o atropela Com pensamento cheio de chumbinhos Todas as espécies de animais lhe interessam Se ocultam no meio do sangue Vomitam desumanidades em nossos pés Quando atiram famílias nos poços Palitam os dentes com sua inconsciência