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COMO?

Que o perdoem
antes do próximo fim dos
mil perdões por seus paradoxos,
por seu jeito tonto e findo
de intelanônimo

Pela fragilidade
dele amar com medo
a facilidade de fugir
antes de cantar a frase

Por ele não encarar
com garra e força a amizade
nos momentos necessários
em que adiá-la é insano

Peço que perdoem-no,
antes do fim disso,
deste gesto insano e infeliz
que não conseguiu agitar no ar,
os braços pensos

Esta máscara cairá
antes do fim, 
deveras

Peço perdão por ele
ter exposto sua mente 
venérea

Se rejeitou o cultivo das prosas,
foi por desvio, entendam,
é que do lado esquerdo
foi rei do reino rendido
de si

Peço perdão pelo verso
que não escreveu por sono...
peço perdão pois definiu
o poema-ônus....

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É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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PERTO E LONGE SEM TI

Estar longe de ti somente um dia É muito, mas começo para ter-me. Estar perto de mim a eternidade Desequilibra a alma, se esquecer-me. Estar? dificuldade que me afia. Ser já é em dúvidas quedar-me. Vigio na intenção de não perder-me. É te largar um modo de encontrar-me? Voltar? Não posso. Está passando o tempo. Só não sei onde, sei que é mais destarte. Se o tempo pára, sei que paro em ti, Amando ausente, mesmo a festejar-te. Sim, bem-amada, deixa o ser chorar-te. Cruze por terras muito, embora tarde. Estar perto de mim a eternidade, Sem ti, é como estar longe da Arte.