Pular para o conteúdo principal

SOU A SOBRA QUE DÓI NAS SOBRANCELHAS

Eu sou o sol que som...
Sou a lua que luz...
Sou o tapete no qual mosquei..
E o escrito?
Tudo acabou?
O que começou?

Eu sou o carro.
O cão de orelhas murchas
Na frente dos bois.
Depois.
O pássaro sem noção de vento.
Sou o poema que se perdeu dos olhos.
Tudo foi em vão? Do. Da.
O que começou?

Sou o cavalo gerado por mãe-formiga.
Sou o assunto que não se inicia.
Sou o tema que ninguém glosa.
Sou o oceano que imita a si mesmo.
Para que servi, Tempo?
Para o som de corpo que se perdeu?

Sou o abraço sem braços.
O beijo sem bocas.
O braço reto da curva.
A sombra sem origem.
Para que existo?
Se vivo do que morre na memória?
Não sirvo à merda de um texto único.
E sirvo também.
Antes que me peçam
Que eu exista como régua, compasso
E transferi-
DOR.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro

O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

HÁ GENTE QUE SOFRE POR

HÁ GENTE QUE SOFRE POR Há gente que sofre por falta de amor a si mesmo. Há gente que sofre excesso de dor de barriga por comer torresmo. Há gente que sofre de fome e de sede por brigar a esmo. Há gente que sofre por morrer o carro em estradas enfermas e por ter prestações todas na mesma. Há lesma que sofre por escorregar quando não queria sair do lugar. Há gente que sofre por ser magro e alto como a sexta parte dos gigantes, gente que eu não conheço mesmo. Há gente que sofre por ser gordo e baixo como um terço dos mergulhados em desfechos. Há gente que por ser persona jovem comete termos de etarismos e ismos meios inteiros. Há gente que sofre por não aumentar a folha fecundando o cepo. Há gente que sofre por morar no gelo dos polos. Há gente que sofre por rachar os pés com os pelos do chão afiado feio. Há gente que sofre por achar que veio a data do apocalipse no eclipse de si. Há gente que sofre por saber que é tarde cedo demais. Há gente que sofre por saber-se morto ainda medo. Tem ...