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LUZ E PÁSSAROS NA BAILARINA

Há luz em teus movimentos.

As tuas mãos e pés voam,

Passaradas

Pintando úteros no espaço.

Cores colorem olores florem

Quando num pé só voejas.

E se flutuas nas puas do ar,

Dás encanto às moléculas que se juntam

Num impulso de recriar o universo.

Vejo árvores e cortes de seivas

No mito vegetal que instauras.

Bailarina, bailarina,

Olha ! Quantos deuses tu revives

Com o corpo em que rimas !!!

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É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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