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SOQUEI

Não sonhe com o que virá.
Don't jump - me dizia.
Não pule - me implorava.
Você perderá . Não saia.
E o próximo som bloqueie.
Não passe da esfera!

Capins nas minhas palavras,
Ervas daninhas crescendo,
Cupins nas mais altas,
Mas falo pra essa merda
De futuro que bate na porta
Enfeitado com pólvora...

Não pule - se conforme.
Não nasça - todos vão olhar.
Você é tão lindo sugando.
Fique quieto - gritava.

Um fedor nas letras
Cansadas de cortar ouvidos,
Um sol artificial de diclofenaco
Massageando a ponta do fêmur
Da frase

Então, decidi: soquei 
Soquei o osso que gritava
No centro cerebral,
Desfigurei a linguagem
E pulei minha música
Para ouvir a outra
Que nem nasceu ainda....

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Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

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