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DIVISÃO NA POLIS

Dividida na polis a verdade bífida,

vejo-a na avenida a evaporar.

Um ministro goza um cargo

enquanto mastiga pedras para bem falar.

Tenho a sorte de curar feridas

(as minhas)

abertas com palavras-pasta.

O presidente casa de novo

em cima da urna.

A sorte de ter a mínima palavra

como reflexo hábil do (ir)real.

Um índio chora, em sonho alcança

a glória da ONU.

O paradoxo da palavra

ressignificando meu espaço:

carreira doce de formissignos.

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