A narrativa é igual vida.
A ausência de narrativa é morte.
(Tzvetan Todorov)
Minha narrativa findará.
Não
Foi tão boa.
Não foi tão ruim.
Será?
Enfim,
Como disse um (eu)migo:
Tá ruim pra todos os pés.
Meu pé dói pra alho caro. E sorrio
Dolorido de pensar
No ponto do borrão com que posso
Pular no lombo-narrativa e criar
O início. Não devo
Parar a narrativa.
Os órgãos clamam:
- À morte !!!! À vida !!!
O ser se finge de surdo
E escreve-se entre as exclamadas.
Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?
Comentários