Não te fies.
Escrever é difícil.
Poesia pode ser escara.
Fácil é a máscara.
Torta por dentro,
Não te aproximes,
Não faças barulho,
Escreve daí.
Só por fora,
Está muito diferente
O papel.
Não tem previsibilidade
O teclado.
Olha os tubos curvos
em seu verbo áspero
quebra queixo.
Mordeu-o a invertebrada
Sede de enfrentar
Moinhos de vento
E quebrou os dentes
Da Musa.
Palmas pra ele,
Ele não merece.
As gramas pinicam
Todos os pés
Que escrevem de mãos.
Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?
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